Ao regressar do Porto, é difícil não notar as diferenças entre a fria capital sulista e a quente Nação nortenha.
E estas gentes quentes fizeram-me lembrar o povo do Myanmar.
No aeroporto de Heho, estivemos com uns Portugueses que estavam em lua de mel. Vinham do Butão, estavam a passar uns dias no Myanmar e seguiam para o Laos.
A energia entre nós os quatro era vibrante. Estávamos extasiados.
As paisagens eram lindas sim - mas já todos tínhamos visto melhores, os monumentos também - mas Bagan ao pé de Angkor..., a comida era depreciável.
Mas o que nos fazia vibrar, como crianças?
O povo do Myanmar.
Aquelas gentes maravilhosas.
A forma como inesperadamente nos seduziram.
Sem quererem.
Ainda hoje, enquanto escrevo, me arrepio.
Um bom escritor saberia - ou não - passar para aqui - o que nós estávamos a sentir.
Eu não consigo.
E tenho muita pena.
Mas consigo dizer que tenho - ainda - o coração e a alma muito cheios. Ainda a transbordar de qualquer coisa apenas senti meia dúzia de vezes na vida.
Mas sorrio agora.
Porque tive a oportunidade de sentir.