A semana passada tivemos que ir à Figueira da Foz.
Conversa puxa conversa, e o tímido e secreto estagiário começa a contar a vida dele no último mês.
Relembrou-me que tinha namorado com uma moça e tinha sido muito feliz nos últimos sete anos.
Foi a primeira namorada, primeira mulher, companheira de aventuras e de curso.
Como foi natural, ao fim de sete anos a coisa morreu.
Passou dois anos sozinho sem conhecer ninguém.
Tem poucos amigos, é reservado, um pouco gig.
Há um mês atrás inscreveu-se no Tinder.
Como tem a cabeça bem resolvida, disponibilizou-se para conhecer raparigas e rapazes
- continuo a conduzir enquanto os meus olhos arregalam-se por detrás dos óculos escuros -
e foi tomar café com várias raparigas e um ou outro rapaz
- os meus canais auriculares alargam -
E há quinze dias conheceu um rapaz com quem biblicamente tem estado
- encostei o carro na berma para não me despistar -
Eu fui a primeira pessoa com quem ele falou.
- fiquei sentido -
E o grande problema dele é contar aos pais. Tem vários irmãos, e um deles é gay. É super bem aceite na família e não há qualquer tabu lá por casa.
- acho muita piada a este clã familiar e o irmão hunk deixa meio mundo de boca aberta. A mim não diz literalmente nada -
A questão dele é ser o benjamim da família, a pressão que de vez em quando sente por ser o único rapaz heterossexual e tudo o que isso implica.
- percebo e peço-lhe calma -
Pelo tipo de relação familiar que tem não quer esconder nada. Já conheceu os pais do outro. Quer naturalmente apresentar o outro à sua família
- cabeça saudável esta. Encontra alguém do mesmo sexo, apaixona-se pela pessoa e quer comportar-se normalmente como faria se tivesse encontrado uma nova namorada -
Está feliz. As borboletas na barriga. Os 1001 pontos de interesse com o outro. Foi o primeiro rapaz com que esteve
- perguntei-lhe pelas diferenças. Disse-me que foi muito natural estar com o primeiro homem -
Enquanto trabalhávamos, sempre ouvi musica. Ou podcasts. Agradece-me ter ouvido os podcasts sobre sexo e amor enquanto estagiou comigo. Conseguiu perceber que não é preconceituoso.
Bom menino, neste caso. rsrsrs
ResponderEliminarNão dificuldade em se abrir (verbalmente, claro)
ResponderEliminarahahahah
EliminarEstá de parabéns, assim é que é !
ResponderEliminarPois então! Deves mudar de profissão ... rs
ResponderEliminarÉ bastante engraçada a forma como alternaste a história com as tuas considerações.
ResponderEliminarUma história que devia ser mais a norma nos dias que correm ainda que, admito ( e pelos vistos sou a única ) gelei ao ler "há quinze dias conheceu um rapaz ( ... ) já conheceu os pais do outro ( ... ) quer apresentar o outro à sua família ..."
15 dias ?!!!
Ainda não estou habituada a este Presente supersónico .
Eh pah, quando ele disse que isto só tinha quinze dias, e queria já apresentar o rapaz à familia também gelei. E questionei-o sobre isto.
EliminarMas ele disse que o faria se fosse rapariga, porque não um rapaz?
Ia haver um almoço de irmãos no fds, e todos levavam os respectivos. Para ele também era normal levar o respectivo. Mas não levou. ;)
O outro apresentou-o aos pais, porque calhou. Não foi coisa formal e organizada.