No sábado passado, fui à arrecadação procurar o Certificado de Habilitações. No meio de todas as caixas encontrei vários documentos do meu pai, entre os quais o BI, caderneta militar e um relógio.
Assim que abri a caixa, e mexi nos documentos, comecei a chorar compulsivamente.
Fiquei completamente desnorteado.
Chorava sem razão, achava eu.
Procurava razões e não as encontrava.
O meu pai morreu com 4 anos, nunca o conheci, ou antes, não tenho memórias dele.
O resto da minha vida flui sem problemas alguns.
E continuava a procurar razões.
E nada.
Recompus-me e voltei a casa.
Meu namorado ficou perdido.
Que se passava comigo?
O resto do dia, continuou igual
Alguém me tocava, desatava a chorar.
Desde esse dia não larguei mais o relógio.
Sentia-o meu.
Como nunca te senti a ti, meu pai, meu.
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O relógio é lindíssimo, maravilhoso. E este acho que foi o post mais bonito que eu li, do dia do pai.
ResponderEliminarAcho que às vezes percebemos que o vazio também ocupa um espaço enorme. um dia conto-te a história do King Kong.
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