O pai dela terá sido um grande escritor.
Uma figura pública.
Ele, o neto, confronta a mãe, sobre a vida privada do escritor.
Uma figura pública.
Ele, o neto, confronta a mãe, sobre a vida privada do escritor.
Ela apercebe-se que durante a sua vida toda misturou o homem público com o homem privado.
O homem público, reconhecido, cheio de virtudes, activista político preso pela PIDE. O homem privado para ela era a continuação disto tudo.
Um virtuoso. Um ídolo.
Um virtuoso. Um ídolo.
O neto confronta a mãe com histórias reais de traição amorosa, falhas humanas, erros.
Ou seja o homem real.
Ou seja o homem real.
A mãe de nada soube. De nada percebeu. Nada ouviu.
O filho chocado.
Às vezes é uma opção nossa para lidar com o brilho de um próximo, ausentar-nos da vida privada dele e vivermos apenas a sua vida pública. São caminhos, que se escolhem como fuga à realidade.
Pensa-se muitas vezes “sou o único a ver a verdade?” quando todos à volta me mostram evidências da magnanimidade de tal criatura?!
“Ou estarei errado e verei apenas minudências?”
A multidão grita "Estás errado!!!" e nós - e a mãe septuagenária - convencemos-nos que estamos errados.
Ou fingimos uma vida toda.
A multidão grita "Estás errado!!!" e nós - e a mãe septuagenária - convencemos-nos que estamos errados.
Ou fingimos uma vida toda.
"I'm not in love with you, i'm in love with your potential" (Danielle Bradbery - Potential)
ResponderEliminarÉ basicamente isto. Mais do que a pessoa, a mulher estava apaixonada pela ideia da pessoa que ela tinha, do que acreditava que aquele homem podia ser, que provavelmente foi para ela numa etapa embrionária das suas vidas.
Eu penso que não existe ingenuidade no SER. Exige sim uma grande hipocrisia ao fingir que nada sabe ... No final vida apresenta a conta de tanta insensatez ...
ResponderEliminarMas também não há verdades absolutas. Seja para o público, seja para o fingido.
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