O senhor surdo-mudo, que tinha o carro parado em segunda fila, dirigiu-se para o carro com a mulher. Ora caminhando ora parando, ambos discutiam, esbracejando muito os braços e mãos.
Após entrarem dentro do carro, continuaram a discutir.
O que não impacientou muito o automobilista, que queria tirar o carro, e não conseguia porque o senhor surdo-mudo estava entretido numa acessa discussão.
O que não impacientou muito o automobilista, que queria tirar o carro, e não conseguia porque o senhor surdo-mudo estava entretido numa acessa discussão.
O que me chamou atenção nesta simples história quotidiana, foi a pouca exaltação do senhor do carro bloqueado pelo surdo-mudo. Noutras circuntâncias já estaria a buzinar, vociferar contra aquele mal-educado que lhe bloqueava a saída.
E porque é que ele não se exaltou?
Porque era uma pessoa que tinha saído de uma aula de três horas de meditação?
Não acredito.
Não se exaltou porque o bloqueador de carros alheios era surdo-mudo.
Ou seja "um coitado". Simples.
Ou seja "um coitado". Simples.
E isto trás alguma condescendência, que eu, também teria.
Mas porquê? Como cidadão, ele não estava a ser nada exemplar. Ponto final.
Mas a deficiência trará a ele vantagens quotidianas?
Ou somos nós, que como sociedade, não somos o melhor do mundo para esta gente, e nestes pequenos momentos, somos mais permissivos e pensamos que assim temos algum perdão divino por ignorarmos tantas e tantas vezes estas outras pessoas com deficiência, uns coitados?
ou simplesmente não reclamou porque não sabia a linguagem gestual para "Oh seu filho da pu%$, tira a me&%# do carro do caminho"
ResponderEliminarAhahahah
EliminarNão me pareceu.
Foi mesmo condescendência.
Anfitrião o senhor não deveria ter pressa, daí que provavelmente não seja um drama a situação para partir logo para as ofensas estilísticas. Mas, sim poderá existir alguma verdade no que indicas. Vi inúmeras situações, durante a faculdade, onde atitudes negativas eram ignoradas à conta de deficiências físicas. Comigo tal nunca aconteceu chegando a repreender algumas vezes um colega deficiente motor pelo tratamento "deficiente" com os outros. Julgo que era das poucas pessoas que o tratava de igual para igual no bom e no mau sentido o que algumas vezes não abonava a meu favor por parte de quem nos rodeava. Mas se é para tratar de forma igualitária eu penso que terá de ser em tudo ... sem condescendências.
ResponderEliminarAntes de ele se aperceber quem era o dono do carro, estava cheio de pressa. Mas assim que viu o surdo-mudo amochou.
EliminarFoi muito curioso de observar.