quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Casino

Ontem depois de um jantar em casa da minha linda afilhada de casamento e da sua não menos linda esposa, demos um salto ao Casino de Lisboa, para desmoer os cuscus e o álcool. 
Ir ao Casino é algo que me deixa os sentidos muito alerta.
Melhor dizendo, é algo que me perturba: tenho a curiosidade sociológica de ir ver os jogadores mas saio de lá sempre incomodado.
Incomodado com aquelas vidas de azar, perdidas.
Revoltado com a quantidade milionária de dinheiro que desaparece em segundos.
Perturbado por ver miúdos já viciados em estoirar dinheiro que sabe-se lá de onde veio.
Derrotado por ver pessoas quase em final de vida, com um olhar petrificado e alheado do mundo colado a uma máquina que lhes come o dinheiro e promete em final de vida salvar aquilo que foi uma vida miserável casada com uma máquina que dia após dia lhes prometia a salvação. 
Salvação essa que como é natural nunca chegou. 
Nem há-de chegar.

5 comentários:

  1. É um vicio, e espero nunca o ter. Deve de ser bem complicado, até porque há vícios e VÍCIOS.

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  2. Deve ser horrível.
    Dispenso bem visitar um lugar desses...

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    Respostas
    1. É enebriante. As luzes, os sons, tudo.
      Mas depois com atenção só vês miséria humana.

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  3. Tive a mesma sensação quando lá fui pela primeira vez. O olhar vidrado é algo que surpreende especialmente quando pensamos no contraste entre a desgraça passível e todo o espectáculo orquestrado para os atrair.

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