Há coisas que nos são estranhas, porque nunca foi a nossa pele.
Nunca as tivemos. Nunca as experimentámos. Nunca as saboreámos.
Portanto como podemos sentir a sua falta?
Uma dessas coisas é ter um pai.
O meu morreu, com um tumor, quando eu tinha quatro anos.
Não ter um pai, nunca foi uma grande questão para mim.
Não tinha. Ponto.
De quando a quando questionava-me qual a diferença entre um pai e uma mãe.
E observava a relação dos meus amigos com os pais. Eram muitos diferentes da relação com as mães?
Não achava.
Achava que as dinâmicas de filh@s com pais e mães, dependia não do sexo, mas de mil e uma outras variáveis e condicionantes.
Mas nunca nunca nunca senti falta de um pai?
Posso ter sentido. No primeiro nó de gravata, por exemplo.
Ou em como a vida da minha mãe seria diferente. Para melhor (acho eu...).
A vida seria diferente?
Claro que sim. Talvez viveria noutra cidade, talvez houvesse uma dinâmica familiar não tão centrada em mim, receberia outras influencias boas ou más, teria outras qualidades e outros defeitos.
Aceitaria a minha homossexualidade?
Seria mais uma pessoa para gerir. Era um comuna como os meus tios mais conservadores gostam de se referir a ele, mas não tenho a mínima ideia se era um homem progessista se retrógado.
É um desconhecido?
Sim. Posso dizer que sim. Todas as referencias, historias, acontecimentos, são me contados por terceiros. E por mais comparação que façam com ele, é-me um desconhecido.
Lindo texto...
ResponderEliminarUma Bela Homenagem neste dia :)
ResponderEliminarTalvez seja o "desconhecido mais conhecido" que você tenha... se pensarmos em uma continuidade, você é um pouco dele... ainda que não o tenha tido por perto! Enfim, divaguei... ;-)
ResponderEliminarDe qualquer forma uma belo texto e que nos leva a pensar sob um prisma diferente para um dia que muitas vezes passa batido!
Grande abraço!
De alguma forma pensas nisso ou não escreverias esta homenagem tão bonita
ResponderEliminar:-) Excelente post para o dia sem pai.
ResponderEliminarAs palavras e as imagens dizem tudo.